INTERVENÇÃO NUTRICIONAL EDUCATIVA ENTRE MULHERES MENOPAUSADAS ATIVAS: ANÁLISE QUALITATIVA DA DIETA
Palavras-chave:
Educação nutricional, Idoso, Consumo alimentar,Resumo
INTRODUÇÃO: O envelhecimento da população é um fenômeno que acontece em todo o mundo. No Brasil, em 2011, a população acima de 60 era de 20,5 milhões, o equivalente a 10,8% da população total. (KÜCHEMANN, 2012). As doenças cardiovasculares (DCV) são consideradas a principal causa de morte e incapacidade em idosos (SANTOS e PAES, 2014). A alimentação saudável tem importante impacto na prevenção e tratamento destas doenças, assim como pequenas melhorias também trazem relevantes benefícios na diminuição do risco cardiovascular (LICHTENSTEIN, 2006). OBJETIVO: Avaliar se a adesão completa a um programa de educação nutricional influenciou a qualidade da dieta. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo quase-experimental, realizado com 22 mulheres menopausadas, participantes do projeto +ViverUFS. Foram realizadas 3 sessões de treinamento semanais e 3 intervenções de educação nutricional, com encontro mensal durante 12 semanas, onde foi abordado os grupos da pirâmide alimentar, ingestão hídrica, quantidade de açúcar e sal dos alimentos e substituições por alimentos mais saudáveis considerando o custo financeiro. Pertencem ao grupo adesão completa (AC, n=12) aquelas que compareceram a todas as intervenções e adesão incompleta (AI, n=10) aquelas que perderam 1 ou 2 intervenções. O consumo alimentar foi medido por meio de 2 recordatórios de 24 horas, um antes e outro após as intervenções. Para a análise da qualidade da dieta utilizou a metodologia (FBCE), proposto por Lennernas e Andersson (1999) e adaptado para o padrão alimentar brasileiro por Assis et al. (2003). Foi aplicado análise descritiva e o teste Qui-quadrado de Pearson para comparação dos grupos. Considerou-se diferença estatística p<0,05. RESULTADO: A população estudada apresenta média de 65 anos, 68% apresentam fundamental incompleto, 86% usavam algum tipo de medicamento, sendo o mais frequente os anti-hipertensivos (45%) e 60% estavam com sobrepeso. Quanto à alimentação, no desjejum foi observado que 11% das mulheres do grupo AI tiveram um consumo significativamente menor de frutas e/ou vegetais (grupo C) em relação as que tiveram AC (54%) (p=0,04). Apesar disso, na ceia foi observado que o grupo AI consumiu significativamente mais frutas e/ou vegetais que o grupo de AC (p=0,08) após a intervenção. No entanto, é importante destacar que apenas 30% realizou esta refeição, devido ao incentivo do jejum no dia anterior a avaliação. Também foi observado a redução da presença dos grupos D (pastries), E (doces) e F (bebidas alcoólicas), que apresentaram respectivamente antes da intervenção no almoço (9,5%), ceia (30,8%) e colação (23,5%), os quais não foram citados após a intervenção, independente do grupo de adesão. CONCLUSÃO: Apesar de não terem consumido frutas na ceia, a intervenção contribuiu para um consumo significativamente maior de frutas no café da manhã para o grupo de AC. Porém, independentemente da adesão, a intervenção contribuiu para a redução do consumo de pastries, doces e bebidas alcoólicas, indicando que a educação alimentar e nutricional pode melhorar a qualidade da alimentação.Downloads
Referências
ASSIS, M. A. A.; NAHAS, M. V.; BELLISLE, F. et al. Meals, snacks and food choices in Brazilian shift workers with high energy expenditure. Journal of Human Nutrition and Dietetics, v.16, p.283–289, agosto. 2003.
KÜCHEMANN, B. A. Envelhecimento populacional, cuidado e cidadania: velhos dilemas e novos desafios. Sociedade e Estado, Brasília, v.27, n.1, p.165-180. 2012.
LENNERNAS, M.; ANDERSSON, I. Food-based Classification of Eating Episodes (FBCE). Appetite, Sweden v.32, p.53–65. 1999.
LICHTENSTEIN, A.H. et al. Diet and Lifestyle Recommendations Revision 2006 A Scientific Statement From the American Heart Association Nutrition Committee. American Heart Association Scientific Statement, Dallas, v.114, n.1, p.82-96, 2006.
SANTOS, J.P.; PAES, N.A. Association between life conditions and vulnerability with mortality from cardiovascular diseases in elderly men of Northeast Brazil. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v.17, n.2, p.407-420. 2014.