EFEITO DE AÇÕES DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA PROMOÇÃO DE MELHORES ESCOLHAS ALIMENTARES EM INDIVÍDUOS COM DIABETES TIPO 2

Resumo

INTRODUÇÃO: A prevalência de diabetes mellitus tipo 2 apresenta um crescente aumento em todo o mundo, tornando-se um sério problema de saúde pública (IDF, 2015). Esta doença caracteriza-se pela resistência à insulina ou deficiência na sua produção, ocasionando o quadro de hiperglicemia, o que promove prejuízos à capacidade funcional, autonomia e qualidade de vida do indivíduo (SBD, 2016). O tratamento da diabetes envolve mudanças no estilo de vida, como os hábitos alimentares, realização de atividade física e uso de medicamentos (SBD, 2016; ANUNCIAÇÃO et al., 2012). Nesse sentido, a Educação Alimentar e Nutricional (EAN) torna-se relevante para o auto cuidado dos indivíduos com diabetes, visto que tem apresentado resultados promissores no controle da doença, com consequente melhora na qualidade de vida desta população (PEREIRA et al., 2015; CAZARINI et al., 2002). OBJETIVO: Avaliar as ações de EAN na consolidação do conhecimento sobre a alimentação saudável e a doença. METODOLOGIA: Estudo do tipo longitudinal, realizado com um grupo de indivíduos adultos com diabetes mellitus tipo 2, de ambos os gêneros, assistidos pela Liga Acadêmica de Nutrição em Diabetes (LANUD/DNUT/UFS). As ações de EAN sobre alimentação saudável foram realizadas quinzenalmente durante cinco meses, e os voluntários foram avaliados antes das ações (T0) e ao final do estudo (T1). Para avaliar o efeito das EAN, foram aplicados três recordatórios alimentares de 24h (R24h) e um questionário do Ministério da Saúde (BRASIL, 2008) sobre comportamento alimentar e hábitos de vida. Foi realizada uma analise descritiva dos dados. Aplicou-se o teste de Wilcoxon para as variáveis de ingestão alimentar, considerando p<0,05 para discriminação de médias estatisticamente diferentes e valores-p entre 0,05 e 0,10 para marginalmente significativos. RESULTADO: O estudo foi concluído com 12 indivíduos. Quanto ao comportamento alimentar e hábitos de vida, as classificações “ótimo” e “satisfatório” predominaram entre os participantes no T1. Ressalta-se que no T0 três indivíduos foram classificados como insatisfatórios e no T1 não houve classificações insatisfatórias. A avaliação da ingestão alimentar por meio dos R24h mostrou que não houve diferença significativa na ingestão de energia e de alguns macro e micronutrientes após as EAN. No entanto, observou-se que a ingestão de lipídeos foi menor no T1, sendo esta redução considerada marginalmente significativa (p=0,07). CONCLUSÕES: As ações de EAN promoveram melhora nas escolhas alimentares, observada tanto pela qualidade dos alimentos quanto pela ingestão dietética de lipídios.