ÍNDICE DE MASSA CORPORAL, CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA E RAZÃO CINTURA/ESTATURA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO
Palavras-chave:
Obesidade infantil, Atendimento ambulatorial, estado nutricional.Resumo
INTRODUÇÃO: A obesidade infantil já pode ser considerada um problema de saúde pública no nosso país, com inúmeras repercussões negativas na qualidade de vida de crianças e adolescentes. A avaliação e o acompanhamento de indicadores antropométricos é útil para predizer os riscos de doenças metabólicas e cardiovasculares, auxiliando na intervenção precoce e na redução das co-morbidades (VITOLO, 2015). OBJETIVO: Investigar o perfil nutricional de crianças e adolescentes com excesso de peso atendidos em ambulatório de nutrição do Hospital Universitário de Sergipe. METODOLOGIA: Estudo com dados retrospectivos de prontuários da primeira consulta de pacientes de 5 a 18 anos de idade com IMC/idade superior a +1 escore z da referência da OMS (2007). Foram coletadas informações de caracterização dos pacientes, bem como história clínica e antecedentes familiares. O estado nutricional foi classificado pelo IMC/idade segundo referência da OMS (WHO, 2006; 2007) e pontos de corte do SISVAN (2011), a circunferência da cintura (CC) avaliada por Freedman et al (1999), razão CC/estatura (superior a 0,5) e dobras cutâneas tricipital (DCT) e subescapular (DCSE) (Frissancho, 1990). RESULTADOS: Avaliou-se dados de 68 pacientes com excesso de peso, sendo 51,7% meninas e 53,4% com idade < 10 anos. Somente para 35,4% dos pais, o ganho de peso tornou-se preocupação antes de 5 anos de idade, e 87,9% nunca fizeram dieta. O excesso de peso associado à dislipidemia foi o motivo da consulta para 31%. No total 24,1% tinham sobrepeso, 51,7% obesidade e 24,1% obesidade grave. Cerca de 90% apresentaram gordura excessiva pelas dobras cutâneas, 60,3% de CC aumentada e 87,7% risco na razão CC/estatura. Os meninos apresentaram mais obesidade grave (35,7%) em relação as meninas (13,3%). O risco de CC aumentada foi maior entre as crianças (84,6%) quando comparada aos adolescentes (48,1%). CONCLUSÃO: Conclui-se que o excesso de peso nesta amostra é caracterizado por significativas alterações em diversos indicadores antropométricos que aumentam o risco metabólico e cardiovascular, havendo maior gravidade no grupo das crianças e no gênero masculino.Downloads
Referências
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