RISCO CARDIOMETABÓLICO EM INDIVIDUOS JOVENS E CLINICAMENTE SAUDÁVEIS: ASSOCIAÇÃO COM O ESTADO NUTRICIONAL

Resumo

INTRODUÇÃO: Na presença de doenças crônicas, inclusive obesidade, é consolidada a manifestação dos componentes do Risco Cardiometabólico (RCM). Todavia, em adultos jovens, clinicamente saudáveis e não obesos essa relação ainda não está estabelecida. OBJETIVO: Avaliar os componentes do RCM em adultos jovens, clinicamente saudáveis e não obesos segundo o estado nutricional. METODOLOGIA: O estudo foi conduzido com jovens adultos de idade compreendida entre 18 e 25 anos, estudantes de universidade pública e particular em Sergipe. As amostras sanguíneas foram coletadas após jejum de 12 horas. As frações lipídicas e glicemia foram analisadas por colorimetria ou turbidimetria. A avaliação antropométrica (peso, estatura e circunferência da cintura) foi realizada seguindo padronização do Sistema de Vigilância Alimentar Nutricional – SISVAN e em triplicata. O percentual de gordura foi aferido por biompedância tetrapolar etétrica horizontal. Foram aferidas, em triplicata, as pregas cutâneas bicipital, tricipital, suprailíaca e subescapular de acordo com a técnica previamente descrita. A aferição da pressão arterial foi realizada por meio de esfingnomanômetro anaeróide conforme técnica da Sociedade Brasileira de Hipertensão. Os componentes do RCM foram classificados segundo pontos de corte do International Diabetes Federation. As análises estatísticas foram realizadas por meio do software Statistical Package for Social Science, SPSS, for Windows, versão 20.0. As comparações entre grupos, categorizados pelo estado nutricional de eutrofia (IMC 18,5 kg/m² – 24,9 kg/m²) e de sobrepeso (IMC 25,0 kg/m² – 29,9 kg/m²) pareados por sexo de forma aleatória, foram realizadas mediante os testes de Mann-Whitney-U. Foi considerado nível de significância estatística em 5%. RESULTADOS: Cada grupo foi composto por 22 indivíduos, com idade média de 22 anos (DP=1,8) e com predominância do sexo feminino em ambos. Foi observado que houve diferenças significativas intergrupal para os valores médios das pregas cutâneas bicipital, tricipital, suprailíaca e subescapular. Relativo aos valores médios dos componentes do RCM, também houve diferença significativa para a glicemia, à circunferência da cintura e os triglicerídeos. Além dos indicadores: percentual de gordura corporal, colesterol total, colesterol não-HDL e índice aterogênico. Com exceção da obesidade abdominal, não houve diferença significativa para a manifestação dos componentes do RCM segundo o estado nutricional de eutrofia e sobrepeso. Cabe ressaltar a tendência observada para hipertrigliceridemia (p=0,07) e hiperglicemia (p=0,08). CONCLUSÃO: A diferença na manifestação do RCM entre indivíduos eutróficos e com sobrepeso se expressou na circunferência da cintura, indicador indireto da deposição da gordura visceral.