AMBIENTE OBESOGÊNICO NAS ESCOLAS PARTICULARES DE ARACAJU-SE

Autores

  • Eliaci Santos Carvalho Universidade Federal de Sergipe
  • Joana Carla Nunes de Souza
  • Letícia Caroline da Silva Oliveira
  • Suellen de Melo Dantas
  • Andhressa Araújo Fagundes

Palavras-chave:

alimentação escolar, obesidade, educação alimentar e nutricional, promoção da saúde

Resumo

INTRODUÇÃO: A obesidade é um problema de saúde pública que vem ganhando abrangência em toda a população mundial. O ambiente ao qual um indivíduo está inserido pode ser considerado promotor ou inibidor de estilos de vida que levem à obesidade. Nas últimas décadas, estudos sobre ambientes obesogênicos vêm sendo um campo bastante explorado pelos pesquisadores, com um consenso de que o ambiente possui contribuição expressiva para prevalência de obesidade na população. A escola é primordial para construção de um saber a respeito da alimentação adequada que deve permear cada indivíduo. Para isso, atividades pedagógicas que envolvam educação alimentar e nutricional devem fazer parte do convívio diário dessas instituições. Em conjunção a essas medidas, a oferta de lanches e refeições em cantinas escolares devem estar associadas a uma alimentação saudável condizente com o que é ensinado. OBJETIVO: Caracterizar as cantinas que oferecem alimentos nas escolas particulares de Aracaju-SE, quanto à adequação das recomendações da Portaria Interministerial 1.010 de 2006. METODOLOGIA: Estudo descritivo transversal, de caráter quantitativo, desenvolvido em cantinas das escolas particulares de Aracaju, Sergipe. Foi aplicado um questionário com os responsáveis pelas escolas ou donos das cantinas com a atribuição de responderem questões referentes ao que é comercializado no ambiente. Os dados coletados foram analisados no programa SPSS versão 17 e Excel 2010. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe, sob o Parecer nº 1.373.134. RESULTADOS: Dentre as 41 escolas elegíveis, 27 participaram do estudo e possuíam cantinas para comercialização de alimentos. Quando questionados se seguiam alguma regra ou legislação para comercialização de alimentação saudável, 74,1% afirmaram seguir, no entanto a maioria não soube relatar norma/lei. No que diz respeito ao conhecimento da Portaria Interministerial 1.010, de 8 de maio de 2006 apenas 18,5% alegaram não conhecimento. Pode-se observar que mais da metade das escolas comercializam alimentos como pizza (81,4%), coxinha (66,6%), tortas (59,2%), catchup (62,9%). Dessa forma, os resultados mostram que apesar das cantinas das escolas possuírem conhecimento da importância da promoção da alimentação saudável e comercializarem lanches naturais, a prevalência de alimentos de baixo valor nutricional ainda é recorrente, não seguindo o previsto pela Portaria. CONCLUSÃO: O ambiente escolar apresenta grande quantidade de determinantes alimentares considerados obesogênicos, sendo importante o desenvolvimento de ações promotoras de saúde e da alimentação saudável, para auxiliar na autonomia dos estudantes em suas escolhas individuais. Recomenda-se que as Secretarias Municipais de Saúde e de Educação, os Conselhos Municipais de Saúde, de Educação e de Alimentação Escolar pactuem para inspeção e posterior atuação para melhorias da alimentação nas escolas em conformidade com a legislação visando a prevenção de doenças nas crianças e adolescentes e a formação de hábitos alimentares saudáveis.

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Referências

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Publicado

2016-11-23

Como Citar

Carvalho, E. S., de Souza, J. C. N., Oliveira, L. C. da S., Dantas, S. de M., & Fagundes, A. A. (2016). AMBIENTE OBESOGÊNICO NAS ESCOLAS PARTICULARES DE ARACAJU-SE. Congresso Internacional De Atividade Física, Nutrição E Saúde, (1). Recuperado de https://eventos.set.edu.br/CIAFIS/article/view/2979

Edição

Seção

Resumo - Nutrição