CORRELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS DE OBESIDADE ABDOMINAL EM PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO 2
Palavras-chave:
diabetes mellitus tipo 2, índice de massa corporal, obesidade abdominal.Resumo
INTRODUÇÃO O índice de massa corporal (IMC) é um indicador simples de estado nutricional e não distingue o peso associado à gordura corporal, por isso torna-se importante investigar a distribuição de gordura corporal por meio dos indicadores antropométricos de obesidade abdominal. A concentração excessiva de gordura na região abdominal relaciona-se com diversas disfunções metabólicas e aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. OBJETIVOS Avaliar a correlação entre o índice de massa corporal e os indicadores antropométricos de obesidade abdominal em portadores de diabetes mellitus tipo 2 atendidos em um ambulatório de nutrição de um Hospital Universitário de Sergipe. METODOLOGIA Estudo transversal, realizado com portadores de diabetes mellitus tipo 2 acompanhados em um ambulatório de nutrição do Hospital Universitário de Sergipe. Foi aplicado um questionário específico sobre a presença de comorbidades. Para avaliação antropométrica foram utilizadas as medidas de peso e de estatura, o cálculo do IMC e a medida da circunferência abdominal (CA). Os indicadores de obesidade abdominal utilizados no estudo foram: relação cintura estatura (RCE) e índice de conicidade (IC). Os parâmetros bioquímicos avaliados foram: colesterol total (CT), LDL-colesterol, HDL- colesterol, glicemia de jejum, glicemia pós prandial e hemoglobina glicada. Para análise dos dados, utilizou-se o programa estatístico SPSS® versão 20.0. A correlação entre o IMC e os indicadores antropométricos de obesidade abdominal foi verificada por meio do coeficiente de correlação de Pearson. Foi adotado p<0,05 como nível de significância. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário de Sergipe, protocolo nº CAAE 45524615000005546. Os participantes que aceitaram contribuir com a pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS Foram avaliados 50 pacientes, sendo a maioria do sexo feminino (80%), com uma idade média de 56,1±13,4 anos. As comorbidades mais frequentes foram hipertensão arterial (84%), dislipidemias (62%) e cardiopatias (16%). Os resultados dos dados antropométricos da população de estudo foram: peso 81,05±23,47Kg, IMC 32,72±10,15Kg/m2, RCE 0,67±0,12cm para ambos os sexos, IC 1,21±0,23cm para homens e 1,13±0,12cm para mulheres, CA 125,31±17,42cm para homens e 112,15±13,45cm Os valores médios encontrados na análise bioquímica foram CT 189,50± 55,71mg/dL, LDL-colesterol 112,16±42,61mg/dL, HDL-colesterol 42,92±10,31mg/dL, glicemia de jejum 145,98±55,71mg/dL, glicemia pós prandial 189,21±94,18mg/dL, hemoglobina glicada 10,51±16,10%. Foi observada uma correlação positiva entre IMC e RCE (r= 0,917; p<0,001) e entre IMC e CA (r=0,917, p<0,001). CONCLUSÃO O estudo evidenciou que o índice de massa corporal se correlacionou positivamente com a CA e com a RCE, mas não com o IC. Os indicadores antropométricos de obesidade abdominal avaliados mostraram-se acima dos pontos de corte de referência para ambos os sexos, indicando risco elevado para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, o que reforça a necessidade de intervenção nutricional.Downloads
Referências
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