INFLUÊNCIA DA CONDIÇÃO AERÓBICA SOBRE A REATIVAÇÃO VAGAL DE ATLETAS APÓS UM ESTÍMULO ANAERÓBICO
Palavras-chave:
atletas, frequência cardíaca, parassimpático, exercício aeróbico, anaeróbico.Resumo
INTRODUÇÃO: O exercício físico é um fator de estresse sobre o sistema nervoso autonômico (SNA) que por sua vez gera alterações no controle da frequência cardíaca (FC), tanto de forma crônica como aguda (ALMEIDA, 2007). A análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) pós-exercício (NAKAMURA et al., 2009) e da frequência cardíaca de recuperação (BUCHHEIT e GINDRE, 2006; RANADIVE et al., 2011) têm sido frequentemente utilizadas como marcadores da atividade parassimpática pós exercício. Já é sabido que indivíduos ativos possuem menor risco de morte súbita durante ou após o exercício, por manterem uma atividade vagal aumentada e assim, maior estabilidade elétrica do coração (OLIVEIRA E LEITÃO, 2005). Contudo, a relação entre a resistência aeróbia e a reativação vagal pós exercício ainda se mostra conflitante. OBJETIVO: Avaliar a influência da condição aeróbica sobre a reativação vagal cardíaca de atletas após um estímulo anaeróbico. METODOLOGIA: Participaram do estudo 16 atletas universitários de vôlei e de basquetebol, do sexo masculino (20,6 ± 2,5 anos, 73,4 ± 8,2 kg, 184 ± 1 cm), selecionados de forma intencional e por conveniência. Os testes foram realizados em dois dias não consecutivos. No primeiro dia foi realizado o teste de vai-vem de Léger e Lambert (1982), para a determinação do VO2 máximo. No segundo dia, foi determinado o índice vagal cardíaco (IVC) através do teste de exercício de 4 segundos (T4s) (ARAÚJO et al., 1992; ALMEIDA et al., 2005; PIMENTEL et al., 2010), logo após foi realizada uma sequência contínua de sete tiros consecutivos de velocidade em uma distância de 28 m. Para avaliar a reativação vagal, o T4s foi repetido em outros dois momentos separados por um intervalo de 5 min (IVC1 e IVC2), sendo que primeiro teste ocorreu 5 min após a corrida. Utilizamos ANOVA para amostras repetidas para identificar a diferença entre as três medidas do IVC: repouso (IVCRep) e recuperação (IVCRecup1 e IVCRecup2) pós-estímulo. O grupo foi dividido pelo percentil 50, de acordo com os valores de VO2 máximo para melhor comparação entre o IVC e a condição aeróbica. Para verificar a diferença de VO2 máximo entre os grupos utilizou-se o teste t de Student, adotando-se um nível de significância de 5%. RESULTADOS: Houve diferença significativa entre o IVCRep (1,44 ± 0,19) em relação aos dois momentos de recuperação (IVCRecup1 1,14 ± 0,05 e IVCRecup2 1,18 ± 0,14 com p<0,05). Contudo, quando dividimos o grupo em função da mediana do VO2 máximo, a atividade vagal cardíaca não denotou diferença significativa nem no repouso (P50 IVCrep = 1,44 ± 0,19), nem na recuperação entre os grupos (P50 IVCRecup1 = 1,17 ± 0,06 e IVCRecup2 = 1,19 ± 0,09), mesmo com valores do consumo máximo de oxigênio da amostra e dos subgrupos mostrando que houve diferença significativa entre os mesmos (p<0,05). CONCLUSÃO: Conclui-se que a velocidade e a magnitude da reativação vagal cardíaca nos minutos iniciais de recuperação pós-exercício anaeróbico não dependem da condição aeróbica dos atletas.Downloads
Referências
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M.B., Frequência Cardíaca e exercício: uma interpretação baseada em evidência. Rev Bras Cine Des hum, v.9, p.196-202, 2007.
BUCHHEIT, M.; GINDRE, C. Cardiac parasympathetic regulation: respective associations with cardiorespiratory fitness and training load. Am J Physiol - Heart Circ Physiol, v.291, p.451-8, 2006.
NAKAMURA, F. Y. et al. Cardiac autonomic responses to repeated shuttle sprints. Int. J. Sports Med, v.30, p.808-13, 2009.
OLIVEIRA, M. A.B.; LEITÃO, M.B. Morte súbita no exercício e no esporte. Rev Bras Med Esporte, v.11, p.1-8, 2005.
ARAÚJO, C.G.S.; NOBREGA. A.C.L.; CASTRO. C.L.B. Heart rate responses to deep brathing and 4- seconds of exercise before and after pharmacological blockade with atropine and propranolol Clin Auton Res, v.2, p.35-40, 1992.