EFEITOS DO ALONGAMENTO ESTÁTICO SOBRE A PERFORMANCE DA POTÊNCIA ANAERÓBIA EM FUTEBOLISTAS RECREACIONAIS

Resumo

INTRODUÇÃO: os exercícios de alongamento vem sendo utilizados antes e/ou depois da prática de atividade física e esportes em geral, com intuito de melhorar a flexibilidade, como forma de aquecimento e até para prevenção de lesões (BEHM et al., 2016; BARBOSA-NETTO, 2015). Algumas formas de alongamento, mormente o estático, têm sido atribuídas à limitação no desempenho da força e da potência musculares (KAY e BLAZEVICH, 2012). No entanto, seu uso tem apresentado controvérsias quanto ao impacto sobre a performance em corridas de velocidade (ALEMDAROGLU et al., 2016; OLIVEIRA e RAMA, 2016). No futebol, a dinâmica do jogo exige uma ampla variedade de deslocamentos contemplando acelerações e desacelerações intermitentes (WEHBE et al., 2014). Desta forma, considerando que não é incomum que futebolistas recreacionais alonguem antes de iniciar sua atividade, parece oportuno investigar em que medida o desempenho em corridas de alta intensidade e curta duração pode ser afetado pelo alongamento prévio. OBJETIVO: analisar o efeito uma série de alongamento estático geral sobre o desempenho de um teste de potência anaeróbia em corridas de vai-vem em futebolistas recreacionais. METODOLOGIA: a amostra foi composta por 28 futebolistas recreacionais (23,4 ± 5,6 anos, 172 ± 5 cm, 72,3 ± 14,6 kg), assintomáticos, com no mínimo de 6 meses de prática esportiva recreativa. Em duas visitas separadas por um intervalo de 5 a 7 dias, os indivíduos foram solicitados a realizar um teste de corrida de vai-vem (Line Drill Test, figura 1) utilizado para a medida da potência anaeróbia (D’ACELINO-e-PORTO, 2015). Em uma das visitas, definida por sorteio, o teste foi precedido de uma série de exercícios de alongamento estático geral em duas séries de 20 s, envolvendo os grandes grupos musculares de tronco e membros. A normalidade da distribuição dos dados foi atestada pelo teste de D'Agostino & Pearson (p > 0,05). Em seguida, foram comparados os desempenhos em ambas as condições de execução do teste (controle x alongamento) pelo teste-t emparelhado de Student e a correlação intraclasse de Pearson (ri). Por fim, foi calculado o tamanho do efeito (effect size R2), sendo aceito um nível de significância de 5%. RESULTADOS: a condição com alongamento mostrou redução estatística da performance (maior tempo de execução) em relação ao controle (p <0,001; figura 2). O tempo médio para execução dos testes foi de 33,92 ± 1,81 s e 34,63 ± 2,00 s, para controle e alongamento, respectivamente. O coeficiente intraclasse foi ri = 0,93 (p < 0,001). O tamanho do efeito foi moderado (R2 = 0,50). CONCLUSÃO: os resultados apresentados no presente estudo sustentam a premissa de que o exercício de alongamento reduz o desempenho de um teste de potência anaeróbia realizado em corridas de vai-vem em futebolistas recreacionais.