INFLUÊNCIA DO PERFIL NUTRICIONAL E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA NA OBESIDADE ABDOMINAL E SUA RELAÇÃO COM VARIÁVEIS HEMODINÂMICAS
Palavras-chave:
obesidade abdominal, doenças cardiovasculares, idoso, atividade físicaResumo
INTRODUÇÃO: A obesidade é uma doença crônica, complexa, que está cada vez mais presente em indivíduos idosos. No entanto, o acúmulo de gordura na região abdominal, independente do peso corpóreo, têm sido considera do um dos melhores preditores no desfecho de cardiopatias, pois está fortemente associada à hipertensão arterial (HA), diabetes mellitus (DM), dislipidemia, entre outros distúrbios. O envelhecimento fisiológico somado à inatividade física favorecem alterações no perfil nutricional dos idosos tornando essa condição de risco à saúde cada vez mais presente nessa população. OBJETIVOS: Conhecer a prevalência de obesidade abdominal em um grupo de idosos, e a partir desse dados analisar sua relação com o perfil nutricional, nível de atividade física e com alterações na hemodinâmica cardiovascular. MÉTODOS: Foi realizado estudo prospectivo, transversal e descritivo, por meio de inquéritos domiciliares com 105 idosos, idade ≥ 60 anos, de ambos os sexos, que residiam no bairro América, Aracaju-SE. Foram coletados dados clínicos (PA, FC) e antropométricos (CC, CQ, peso e altura) para a análise da prevalência de obesidade central e fatores associados. O IMC foi utilizado como indicador do perfil nutricional e a medida de CC e o RCQ como indicador de obesidade central. Para análise estatística utilizou-se o programa SPSS versão 20.0. As variáveis contínuas foram descritas em forma de médias e desvios padrão. As variáveis numéricas foram observadas quanto à distribuição de normalidade por meio do teste de Shapiro-Wilk. As variáveis categóricas, por meio de frequências absolutas e relativas, estudando-se a prevalência e o intervalo de confiança, com nível de significância de 5%. RESULTADOS: Os resultados demonstram uma elevada prevalência de obesidade abdominal na população estuda, tanto pela classificação a partir de CC quanto por RCQ, sendo maior no sexo feminino CC (90,2%) e RCQ (83,3%), que no masculino CC (39,3%) e RCQ (36,3%). A medida de CC se correlacionou com IMC (p=0,000) no sexo masculino e feminino (p=0,001). Já o RCQ associou-se com PAD (p=0,000) e idade (p=0,044). Não foram encontradas correlações significativas de obesidade central com a FC e nem com o nível de atividade física. CONCLUSÃO: As associações entre o IMC e os indicadores de obesidades central obtidas no presente estudo, evidenciam a influência do perfil nutricional na adiposidade central, no entanto indivíduos eutróficos podem apresentar tal comorbidade. Sendo assim, é de extrema importância a investigação criteriosa dos prováveis fatores associados, com a finalidade de planejamento de estratégias de intervenção com metas no controle do surgimento e agravamento de males, abrangendo os três níveis em saúde.Downloads
Referências
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