ENDOCARDITE INFECCIOSA X ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ISQUÊMICO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Palavras-chave:
Endocardite, Acidente Vascular Encefálico, Isquemia Cerebral, Cardiopatia.Resumo
INTRODUÇÃO: A Endocardite Infecciosa (EI) é definida como uma infecção que envolve geralmente as válvulas cardíacas, mas também pode acometer o endocárdio ou outras estruturas intracardíacas resultante da proliferação microbiológica no endotélio cardíaco. Suas manifestações clínicas são influenciadas pelas características individuais do paciente, estado cardíaco subjacente, microrganismos presentes e complicações existentes, podendo desencadear febre, calafrio, perda de peso, sopros cardíacos, manifestações hematológicas, imunológicas e eventos trombóticos. Apesar dos avanços nos procedimentos terapêuticos, é uma patologia que apresenta alta morbimortalidade, com incidência de 3 a 10 casos por 100 mil habitantes. Próteses valvares, alterações degenerativas, abuso de drogas por via intravenosa, EI prévia, alterações cardiovasculares congênitas e aumento do uso de procedimentos invasivos de risco para bacteremia são fatores predisponentes para o surgimento da EI. OBJETIVO: Avaliar a incidência de acidente vascular encefálico isquêmico como comorbidade da endocardite infecciosa. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada nas bases de dados SCIELO, PUBMED e LILACS sendo critérios de inclusão artigos gratuitos, disponíveis na íntegra, idioma português e publicados a partir do ano 2012. Para a coleta de dados foram utilizados os descritores em ciências da saúde: Endocardite; Acidente Vascular Encefálico; Isquemia Cerebral; Cardiopatia. A coleta de dados ocorreu no período entre junho e julho de 2016. Após a seleção dos artigos, estes foram lidos na íntegra, a fim de atender ao objetivo proposto por esta revisão. RESULTADOS: Entre as principais complicações causadas pela EI, destacam-se as alterações cardíacas (abcesso cardíaco, insuficiência cardíaca, presença de sopros), manifestações trombóticas (tromboembolismo pulmonar, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico), infecções (pneumonias, meningite) e complicações de outros órgãos (abcessos, insuficiência renal). O acidente vascular encefálico destaca-se entre as complicações decorrentes da EI devido a sua magnitude e gravidade, sendo resultante da migração da vegetação localizada nas estruturas intracardíacas que causa oclusão das artérias intracranianas. Na tentativa de reparar o endotélio cardíaco lesionado, ocorre a formação de um trombo de fibrina no local da lesão, mas na ocorrência de bacteremia esse trombo é colonizado por microorganismos patológicos, aumentando a adesão de plaquetas, fibrina e células inflamatórias, sendo essa massa denominada vegetação. As vegetações localizadas do lado esquerdo, principalmente na válvula mitral, originam êmbolos que migram para a circulação arterial, causando a oclusão das artérias cerebrais, com consequente isquemia do tecido cerebral. O dano cerebral é determinado pelo tamanho do êmbolo e sua localização. CONCLUSÃO: Devido à alta taxa de letalidade e complicações causadas pela EI, torna-se essencial o conhecimento sobre a patologia para que seja realizada a identificação dos fatores de risco e manifestações clínicas de forma precoce com o objetivo de melhorar o prognóstico do paciente e minimizar suas complicações.Downloads
Referências
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