LIPODISTROFIA PRESENTE EM PACIENTES PORTADORES DE HIV/AIDS DO MUNCÍPIO DE ARACAJU-SE
Palavras-chave:
Lipodistrofia, HIV, Síndrome de imunodeficiência adquirida, Sistema imunológico,Resumo
INTRODUÇÃO: Desde a sua descoberta em 1981, o vírus da imunodeficiência humana (HIV) tem aumentado gradualmente e segundo dados do SINAN (Sistema de informação de agravos e notificações) de 2007 até junho de 2015 foram detectados 93.260 casos de infecção. O HIV é responsável pela diminuição da capacidade do sistema imunológico, isso acontece porque o vírus invade o núcleo genético dos principais fatores de proteção contra infecções e doenças, as células CD4+ e os linfócitos T-helper. A infecção pelo HIV desenvolve-se através de quatro fases: aguda, latência clínica, infecção assintomática e doença sintomática. Se não for tratado o vírus progride rapidamente pelos estágios da doença até ocasionar a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Dentre as alterações presentes em pacientes com HIV está a lipodistrofia que é caracterizada por anormalidades metabólicas e uma má distribuição da gordura corporal, com uma perda de tecido subcutâneo dos membros, face e nádegas e um aumento da gordura visceral na região abdominal. As causas da lipodistrofia são diversas, como, duração do uso dos medicamentos antirretrovirais, tempo de infecção pelo HIV, idade, sexo, raça, etnia, índice de massa corporal e aumento da carga viral. OBJETIVO: Identificar a presença de lipodistrofia em pacientes portadores do vírus HIV. METODOLOGIA: Tratou-se de um estudo de corte transversal, no qual foram avaliados 120 pessoas adultas, de ambos os sexos, portadores do HIV/AIDS, que recebem atendimento em uma Casa de Assistência a pessoas com AIDS localizada na capital sergipana. Foram excluídos aqueles que não assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), grávidas e menores de idade. A segunda fase da coleta de dados aconteceu no Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (CEMAR) onde ocorreu a coleta de informações dos prontuários dos pacientes. O diagnóstico da lipodistrofia foi obtido através da avaliação clínica (acúmulo de gordura abdominal, mamas ou região dorso cervical e perda de gordura subcutânea dos membros, face e nádegas) e confirmação no prontuário do paciente analisado. RESULTADOS: No grupo geral, a média da idade foi 43,11 ± 8,06 anos. Dos 120 pacientes avaliados, 61 (50,8%) apresentavam lipodistrofia e 59 (49,2%) não apresentavam. Dentre os 61 portadores de lipodistrofia, 38 (52,1%) eram do sexo masculino e 23 (48,9%) eram do sexo feminino. Entre as idades a que mais apresentou lipodistrofia foi de 40 a 49 anos com 27 (55,1%) seguido de 26 a 39 anos com 20 (44,4%) e por fim 50 a 61 anos com 14 (53,8%). No grupo total o maior percentual (42,6%) correspondeu aos pacientes que tinham mais de 10 anos da descoberta da doença e o menor (27,8%) aos que tinham de 5 a 10 anos. CONCLUSÃO: Com esse estudo verificou-se a importância de um diagnóstico precoce e um acompanhamento multidisciplinar a fim de melhorar a qualidade de vida desses pacientes e evitar a progressão da doença. Além disso, é necessário um avanço das políticas públicas de saúde com serviços especializados e intervenções educativas para aumentar a conscientização sobre a lipodistrofia em pacientes portadores de HIV.
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Referências
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