RELAÇÃO DA IDADE ÓSSEA E MARCADORES HORMONAIS COM A CAPACIDADE FÍSICA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Palavras-chave:
testosterona, estradiol, força muscular, aptidão físicaResumo
INTRODUÇÃO: A capacidade física é um importante parâmetro do desenvolvimento funcional a ser investigado em crianças e adolescentes, não apenas pela idade cronológica e sim pelo seu estado maturacional, já que sujeitos com mesma idade cronológica podem apresentar desempenho diferente ao seu par menos maturado. OBJETIVO: Comparar e relacionar as capacidades físicas e marcadores hormonais de acordo com o sexo e maturação de crianças e adolescentes. MÉTODOS: A amostra foi composta por 89 sujeitos de ambos os sexos de 10 a 13 anos. Foram avaliados a maturação obtida através da idade óssea, capacidades físicas (força explosiva de membros inferior e superior, velocidade de membro superior e agilidade) e marcadores hormonais (testosterona e estradiol) através do método de quimioluminescência. Para comparar as variáveis dependentes de acordo com o sexo e estado maturacional foi utilizado o teste de Mann-Whitney, e o teste de correlação de Spearman para analisar a relação entre a idade óssea e os marcadores hormonais com as capacidades físicas. O nível de significância foi de p<0,05. RESULTADOS: na comparação entre o sexo as meninas obtiveram estado maturacional mais avançado (32,11%, p=0,024) do que os meninos, sendo mais pesadas (13,40%, p=0,023) e altas (2,76%, p=0,018); em contrapartida os meninos apresentaram maior desempenho para as capacidades físicas, FEMS (18,95%, p =0,005), FEMI (9,80%, p=0,011), Agilidade (5,02%, p=0,018), VMS (12,20%, p=0,014); e os respectivos hormônios sexuais obtiveram diferenças significativas (meninos (120,13%, p=0,005)>testosterona; meninas (200,68%, p= 0,002)>estradiol). Relativo à maturação foi observado que os meninos em estado maturacional normal apresentaram maior idade óssea (12,46%, p=0,02), peso (32,83%, p<0,001) e estatura corporal (7,09%, p<0,001), o que também foi verificado para as capacidades de FEMS (26,51%, p=0,002), FEMI (13,84%, p=0,01) e níveis de testosterona (107,54%, p=0,016); resultados semelhantes foram verificados para as meninas, no qual as classificadas no estado normal obtiveram maior idade óssea (21,66%, p<0,001), peso (36,50%, p<0,001) e estatura corporal (9,29%, p<0,001), assim como maior desempenho na FEMS (50%, p<0,001) e níveis de estradiol (146,76%, p=0,011). Na análise de correlação a idade óssea se relacionou com a força explosiva de membros superior (r=0,660, p<0,001) e inferior (r=0,430, p<0,001) e com a testosterona (r=0,296, p=0,048) para os meninos, já a idade óssea das meninas se relacionou com a força explosiva de membro superior (r=0,586, p<0,001) e níveis de estradiol (0,514, p<0,001). CONCLUSÃO: É possível concluir que maturação e os níveis de testosterona e estradiol exercem um importante papel nos aspectos físicos e no desempenho das habilidades motoras das crianças e dos adolescentes, principalmente na força de membro superior a qual se mostrou mais relacionada com a maturação obtida pela idade óssea de meninos e meninas.Downloads
Referências
Cabral BG de AT, Cabral S de AT, Vital R, Lima KC de, Alcantara T, Reis VM, et al. Equação preditora de idade óssea na iniciação esportiva através de variáveis antropométricas. Rev Bras Med do Esporte. 2013;19(2):99–103.
Cabral S de AT, Cabral BG de AT, Pinto VCM, Andrade RD de, Borges MV de O, Dantas PMS. Relação da idade óssea com antropometria e aptidão física em jovens praticantes de voleibol. Rev Bras Ciências do Esporte. 2016;(xx).
Casajús J a, Leiva MT, Villarroya A, Legaz A, Moreno L a. Physical performance and school physical education in overweight Spanish children. Ann Nutr Metab. 2007;51(3):288–96.
Freitas DL, Lausen B, Maia JA, Lefevre J, Gouveia ÉR, Thomis M, et al. Skeletal maturation, fundamental motor skills and motor coordination in children 7-10 years. J Sports Sci. 2015;33(9):924–34.
Goswami B, Singha Roy A, Dalui R, Bandyopadhyay A. Impact of Pubertal Growth on Physical Fitness. Am J Sport Sci Med. 2014;2(5A):34–9.
Malina RM, Rogol AD, Cumming SP, Coelho E Silva MJ, Figueiredo AJ. Biological maturation of youth athletes: assessment and implications. Br J Sports Med 2015;49(13):852–9.
Silva DAS, Pelegrini A, Petroski EL, Gaya ACA. Comparison between the growth of Brazilian children and adolescents and the reference growth charts: data from a Brazilian project. J Pediatr. 2010;86(2):115–20.